quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016).


Finalmente a magia chegou no Universo Cinematográfico Marvel, tivemos a chance de vê-la em Thor (2011), mas faltou coragem para inseri-la e foi camuflada e chamada de "tecnologia avançada", aqui ela se revela no ato, sem timidez e sem meias palavras. Dr. Stephen Strange trouxe para o cinema algo que ainda não tinha sido visto na Marvel porém já esperado pelos fãs dos quadrinhos, apesar da velha fórmula trabalhada na telona, este é um filme de origem completo e estabelece que o UCM não será mais o mesmo depois dele.

Doctor Strange (título original) é o melhor filme de origem da Marvel desde o Homem de Ferro (2008), primeiro porque a construção do personagem central é feito com excelência, Benedict Cumberbatch apresenta o arrogante e insensível médico neuro-cirurgião que vemos no início do filme, e ao final somos apresentados à alguém que passou por uma profunda transformação e se tornou outra pessoa; temos aqui uma atuação que exige muito talento para convencer o espectador que este personagem mudou, e ele faz isso sem esforço, vamos acompanhando cada etapa, desde a sua intransigência, o ser humano genial porém egoísta e materialista à aceitação de que nada será como antes, a busca desesperada pela cura, para finalmente termos a transformação de caráter, um novo ser humano, o desenvolvimento do personagem é feito de maneira exemplar. Achou muito parecido com Tony Stark? Sim, na teoria pode parecer, mais na prática são personalidades completamente diferentes.


Assim como o excelente Cumberbatch, temos outros grandes atores, Tilda Switon é a misteriosa Anciã, ela é especialmente poderosa ao mesmo tempo que carrega uma leveza consigo, é o equilíbrio perfeito para que o personagem nos convença de que tudo que é dito por ela é verdadeiro, além de ter sido a melhor escolha para o personagem. Chiwetel Ejiofor está contido, faz parte do que representa em cena, ele também apresenta um grande valor interpretativo, sua atuação dá pistas do que virá por aí, fãs dos quadrinhos se sentirão satisfeitos. Mads Mikkelsen é um bom vilão, a "maldição" dos fracos vilões cinematográficos perde um pouco a força aqui, não se compara ao carismático Loki (vai ser difícil superar isso!), mas é um dos melhores, ele tem seus motivos muito bem justificados e sua participação é convincente, sua presença é ameaçadora e o que vem com ele é o grande trunfo do longa.


Benedict Cumberbatch é Dr. Estranho assim como Robert Downey Jr. é Tony Stark, (dentro do que o universo cinematográfico propõe desde o início da franquia de heróis) a diferença maior, e o que impede que este filme (de origem) se torne uma cópia de Homem de Ferro, é que este longa, não é só sobre um homem que se transforma em super-herói, é todo um universo que vem junto e é descoberto por ele, multiverso, artefatos místicos, portais mágicos, realidades paralelas..., e isto foi trazido e bem recepcionado pelo público, mérito do excelente trabalho da equipe técnica, o roteiro bem construído e elenco competente. A fórmula da Marvel, criticada por muitos, está presente, mas ela consegue trabalhar diferentes universos e ainda traz boas surpresas, sem sair do seu estilo.

Em Doutor Estranho o UCM está mais maduro, embora o alívio cômico exagerado esteja presente, e algumas vezes até fora de hora, notamos um tom mais "sombrio", cenas mais comoventes, dramas mais complexos como o conflito interno do Dr. Strange, mas também traz aquelas piadinhas que não agrada a todos, que vem quebrar o clima sério, porém que as vezes funciona e outras vezes não. Outra coisa que parece que nunca vai mudar é a estrutura narrativa, mas isso não é ruim, não há nada de errado nisto, mas se você já enjoou da maneira como esta gigante cinematográfica trabalha, então pode ser um problema, pois está claramente estruturada e ainda agrada milhões de pessoas, mexer nisso agora, provavelmente, não está nos planos da Marvel.


A trilha sonora composta por Michael Giacchino, é marcante, empolgante e encaixa perfeitamente ao universo mistico do longa. Os figurinos e maquiagem são realmente um trabalho muito caprichado assim como a direção de arte espetacular. Nem tudo são flores, e o roteiro tem furos bobos, nada que atrapalhe o ritmo da trama. No terceiro ato o filme fica muito mais interessante e fecha como sendo um dos melhores desfechos de filmes de super-heróis, isso se dá pela criatividade das últimas cenas que fogem um pouco do esperado.

A direção de Scott Derrickson é ótima, além de conduzir bem o elenco e a edição bem montada, ele apresenta algumas boas surpresas entre elas, efeitos sonoros, como mixagem de som espetacular digna de indicação ao Oscar (escreve isso aí!) e efeitos visuais incrivelmente hipnotizantes, de deixar qualquer pessoa de queixo caído. Esqueça aquela lembrança de Inception (2010), ao longo do filme vemos coisas muito mais incríveis que no filme do Nolan (visualmente, é claro, pois o roteiro nada tem a ver). Derrickson é competente dentro de suas possibilidades, Doutor Estranho traz os melhores efeitos visuais do ano e impressiona de verdade, mas não chega a ser um longa surpreendente. São 115 min. de um filme visualmente sensacional, com altíssima qualidade e ótima história que não acaba antes dos créditos finais, há 2 cenas pós-créditos ligadas diretamente ao longa.

Trailers:



Corram para o cinema e assistam em 3D, vale a pena.









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