segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Black Mirror - 1ª Temporada.

Pegue a série americana The Twilight Zone, misture com assuntos atuais (política, redes sociais, reality shows), uma boa dose de humor negro, suspense e situações mais constrangedoras possíveis, junte um punhado de tecnologia e entregue nas mãos dos britânicos... Temos Black Mirror, a série mais perturbadora e surpreendente que eu já vi na vida. 

A principio a série teve 7 episódios (2 temporadas e um especial de natal), a terceira temporada (com 6 episódiosfoi encomendada pela produção americana da Netflixe já estão disponibilizados. Mas hoje eu trouxe um breve comentário sobre a primeira temporada. 
Todos os episódios são independentes, sendo assim, cada um com um elenco diferente e histórias distintas, mas todos eles satirizam e criticam de forma impiedosa a tecnologia em nossas vidas. Com a desculpa de que estes personagens vivem em um futuro um pouco distante, com tecnologia mais avançada, a série vai além e esfrega na cara do espectador todo horror e falta de bom senso em que a humanidade caminha a passas largos, em metáforas assustadoramente surreais e ao mesmo tempo tão próximas ao nosso tempo. Todos os episódios possuem roteiros inteligentíssimos e imprevisíveis, são bem dirigidos e as atuações são boas e convincentes, não há como discordar. Dito isso, vamos aos episódios:

Primeira temporada

Hino Nacional
No primeiro, a princesa Susannah é sequestrada sob ameaça de morte. O resgate? Algo inusitado, o primeiro-ministro deveria transar com um porco em cadeia nacional e ele tem pouco tempo se não quiser se expor, mas a internet não perdoa e em poucos minutos todo mundo está a par da situação. Antes do soco no estômago, ele nos joga na situação em que todos estão aguardando o desfecho do sequestro via internet ou TV, criticando, pressionando ou sofrendo enquanto o primeiro-ministro tenta achar uma solução: A humilhação ou a culpa pela morte da princesa. Tenso!

Quinze Milhões de Méritos
Em um mundo distópico no qual as pessoas vivem cercadas por televisões e são obrigadas a pedalar bicicletas ergométricas para gerar energia, a única esperança de uma vida remotamente melhor é participar de um reality show. Este foi o episódio que eu menos gostei, mas ele é muito interessante, tanto pela tecnologia e a ideia de produzir a própria energia em prol da tecnologia para viver, em troca a escravidão dentro dos padrões impostos. Interessante ver o ponto de vista de cada pessoa que vive neste mundo. Um dos episódios que mais usa o CGi e é impressionante o visual. Uma curiosidade é que a produtora deste episódio é a Endemol, a criadora do Big Brother e neste episódio há duras e pesadas críticas que cabem a ela mesma.

Toda a sua história
Em uma realidade alternativa, as pessoas têm acesso a uma espécie de chip que grava tudo aquilo que veem, ouvem e fazem, permitindo que as memórias sejam revistas com projeção através dos olhos. Uau! Este foi o episódio que eu mais gostei, além das atuações serem ótimas (o personagem principal é interpretado por Tobey Kebbell), as ambientações são simples mas de muito requinte e a cinematografia é realista e claustrofóbica. A tecnologia não é tão visual quanto no segundo episódio, mas a simplicidade e a narrativa envolvente apresenta tom de ameaça à privacidade sem igual, imagina se suas memórias caem nas mãos de terceiro? Foi um episódio angustiante, quase um terror psicológico que me fez pensar por muitos dias nele. Esta e a season finale da primeira temporada. Robert Downey Jr. comprou este episódio para transformá-lo em um filme. Estamos no aguardo.


Ficha Técnica da 1ª Temporada (Reino Unido, 2011)
Duração: 3 episódios de aproximadamente 45 min cada.
Showrunner: Charlie Brooker
Direção: Otto Bathurst, Euros Lyn, Brian Welsh
Roteiro: Charlie Brooker, Konnie Huq, Jesse Armstrong
Elenco: Rory Kinnear, Lindsay Duncan, Donald Sumpter, Daniel Kaluuya, Jessica Brown Findlay, Rupert Everett, Toby Kebbell, Jodie Whittaker, Tom Cullen.
Disponibilização no Brasil: Netflix.


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